Videogames LGBTQ conheça a história, jogos e personagens

Muito mais do que mera mídia de entretenimento, os videogames são importantes peças culturais. E como tal, refletem valores de nossa sociedade. Como produtos artísticos, também devem propor a sociedade que se deseja construir. Nesse sentido, é mais do que importante discutir inclusão dentro dos videogames, como eles lidam com o universo LGBTQ e o que fazem para propor uma sociedade mais igualitária e justa.

De fato, a indústria dos games está amadurecendo aos poucos. Enquanto alguns jogos ainda são criticados por serem pouco inclusivos tanto para mulheres quanto para o público LGBTQ e minorias, outros dão passos discretos para abraçar a inclusão.

Videogames LGBTQ

Em 2014 foi lançado, via financiamento coletivo, o documentário “Gaming in Color”, que discutia justamente o estado da arte de videogames e LGBTQ. O filme, que está à venda na internet (custa US$ 5) discute a representatividade, os desafios dos desenvolvedores e a aversão de parte da comunidade gamer aos gays, lésbicas, bisexuais e transexuais.

GaymerX

Há inclusive um termo para jogadores gays: “gaymer”. É daí que uma convenção anual em São Francisco, Califórnia (EUA), tirou o nome da GaymerX. Criada em 2013, a feira tem o objetivo de reunir jogadores LGBTQ, discutir a inclusão e, é claro, festejar. Com o tempo, eles também passaram a desenvolver jogos que abraçassem a causa durante o evento. A edição de 2016 acontecerá no final de setembro e começo de outubro.

Representatividade LGBTQ nos videogames

Os videogames começaram a se desenvolver nos Estados Unidos na década de 1970, mesma época em que movimentos LGBTQ passavam a se organizar intensamente. Portanto, em diversos momentos, essas duas histórias se cruzam.

Moonmist

O primeiro personagem gay de um videogame é “Moonmist”, que narra a história de uma mulher cuja namorada está para se casar com um cara. O jogo, no entanto, é quase todo feito em texto.

Birdo

Muito mais famosa do que a “Moonmist” foi a Birdo, de “Super Mario Bros. 2” (1988). O dinossauro rosa e com lacinho na cabeça é, na verdade, transgênero. No manual do jogo, ele é descrito como um dinossauro que acredita ser uma garota e prefere ser chamado de Birdetta. Mais tarde, ela deixou de ser tratada como transgênero e ficou apenas como “gênero indeterminado”.

Final Fantasy 7

Outros vieram, algumas vezes estereotipados, como em “Dracula Unleashed” (1993), “Streets of Rage” (1994), e “Final Fantasy 7” (1997). Em 1998 foi lançado “Fallout 2”, que apesar do cenário apocalíptico, era avançado em algo: permitia o casamento gay bem antes dos Estados Unidos liberarem.

Os jogos japoneses sempre foram ambíguos em relação à sexualidade dos personagens. Vários deles foram representados em outros jogos da série “Final Fantasy” sem serem categorizados como homens ou mulheres, heterossexuais ou homossexuais.

Nos anos 2000 vieram vários outros personagens LGBTQ, muito mais complexos do que os anteriores. “Metal Gear Solid: Sons of Liberty” (2001) trouxe Vamp, um vilão homossexual. “Star Wars Knights of the Old Republic” (2003) tinha Juhani, uma Jedi lésbica. Outras séries como “GTA”, “Assassin’s Creed”, “Persona”, “DragonAge” e “Borderlands” trouxeram diversos personagens LGBTQ interessantes. “Mass Effect”, considerado um dos melhores RPGs e uma das melhores narrativas, levantou diversas discussões com suas cenas de sexo gay. O game abriu espaço para jogos colocarem personagens principais LGBTQ e com ainda mais profundidade — como é o caso de Ellie, em “Last of Us”, uma garota corajosa e original, que tem um romance lésbico na série, conhecida pela sua trama impecável.

Life is Strange

Apesar de tudo isso, ainda não há protagonistas gays em grandes jogos. Há sim em alguns menores, como é o caso de “Life is Strange”. Quem sabe o cenário mude em breve.

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