Alienígenas confira histórias e a procura por extraterrestres

Você (provavelmente) nunca viu aliens na vida, mas é bem capaz que eu e você imaginemos um da mesma forma: verde, cabeçudo, pequeno e com grandes olhos. Seres de fora do planeta fazem parte do imaginário humano há séculos, mas quando essa tara pelos aliens surgiu? Já se achou algo de concreto sobre eles? Veja essas e outras respostas abaixo.

A procura por alienígenas

Há pouco tempo, considerando toda a vida na Terra. Pense que foi somente no século 16 que a teoria do geocentrismo começou a cair de vez. O geocentrismo dizia que a Terra era o centro do universo e que todos os outros astros giravam à nossa volta. Enquanto existia essa noção de que o nosso planeta era especial, a vida fora da Terra era sequer mencionada.

Foi a partir do heliocentrismo, teoria de Nicolau Copérnico que apontava o Sol como centro do universo, que a ideia de extraterrestres começou a aparecer de maneira mais marcante. Foi com Copérnico e a invenção do telescópio que filósofos e cientistas compreenderam que a Terra era um de milhões de planetas.

No começo do século 17, o astrônomo Anton Maria Schyrleus of Rheita foi um dos primeiros a debater a existência de vida em outros planetas. “Se Júpiter tem habitantes, eles devem ser maiores e mais bonitos do que os habitantes da Terra, em proporção a características das duas esferas”, afirmou. A partir dali, várias obras começaram a imaginar e fantasiar a existência dos extraterrestres.

Durante os séculos 18 e 19, muitos acreditavam que os aliens poderiam estar presente em nosso próprio sistema solar. Até o Sol e a Lua eram considerados lares em potencial para esses seres.

Extraterrestres

No século 19, a observação do céu começou a aquecer o debate de extraterrestres. A especulação da vida em Marte ganhou força com o “Canal Marciano“, que eram estranhas linhas observadas por astrônomos. Na época, acreditava-se que esses “leitos de rio” pudessem ter sido feitos de forma artificial. Os canais eram na verdade, uma ilusão de ótica. No final do século 19, no entanto, o astrônomo americano Percival Lowell publicou um livro falando de Marte e seus canais.

Foi também no final do século 19 que surgiu uma das mais famosas obras envolvendo aliens. Toda a especulação de uma civilização inteligente em Marte fez H. G. Wells escrever “Guerra dos Mundos”, em 1897. Posteriormente, telescópios mais avançados puderam refutar a ideia do canal marciano.

Considerando a vida na Lua e em todos os planetas do sistema solar, faz pouquíssimo tempo que astrônomos e cientistas descartaram qualquer vida em planetas vizinhos. Durante os anos 60 e 70 ficou claro que não existia vida inteligente em planetas do sistema solar.

Mesmo assim, até hoje, há dúvidas sobre a existência de vida primitiva em Marte, Júpiter e outros planetas.

Já achamos algum alien?

Até o momento, fotos de aliens achados em naves espaciais aparentam ser tão reais quanto o chupa-cabra, o curupira e o Monstro do Lago Ness. Ou seja: lendas urbanas, que não tiveram qualquer tipo de comprovação científica.

Um dos mistérios mais famosos envolvendo os extraterrestres é a Área 51, uma base militar localizada em Nevada, nos Estados Unidos. Segundo a CIA, o nome correto da base é Homey Airport.

Embora não seja de conhecimento público o que acontece na base, o mais provável é que ela seja um local de testes de aeronaves e armas. Com tanto mistério sobre o que rola por lá, surgiu a lenda que o espaço é uma área de estudo sobre alienígenas e OVNIs. Embora não passe de lenda urbana, não há confirmação do que acontece na Área 51 — logo, a lenda se mantém viva.

Histórias envolvendo aliens

O mistério da Área 51 foi reforçado pelo incidente de Roswell, talvez o mais famoso caso de ufologia da história. A cidade de Roswell, no Novo México, Estados Unidos, foi palco de um caso que teria sido acobertado pelo governo. Foi lá, em 1987, que caiu um OVNI (Objeto Voador Não Identificado) em formato de disco.

Segundo o governo, o objeto era um balão de vigilância da Força Aérea Americana. Apesar do evento ter ocorrido em 1947, o interesse pelo caso se manteve até os anos 90, quando o governo americano divulgou relatórios informando que o balão fazia parte do Projeto Mogul. Os relatórios não foram suficientes para que as teorias da conspiração continuassem a ser debatidas.

Foram tantos rumores que até corpos de alienígenas foram vistos pelas pessoas — o governo alegou que os corpos eram, na verdade, bonecos de teste do projeto High Dive. Na época, o público não tinha conhecimento dos bonecos de teste.

Se eles têm Roswell, nós temos Varginha. Em 20 de janeiro de 1996, em Varginha, Minas Gerais, três meninas teriam visto uma criatura humanoide com cor de pele marrom, olhos grandes e vermelhos e protuberâncias na parte superior da cabeça. Segundo as garotas, a criatura se comunicava com o pensamento e pedia “por socorro”. Testemunhas também teriam visto um OVNI na região, o que reforçou o debate.

Ufólogos relatam que as Forças Armadas não souberam explicar de maneira convincente o que pessoas viram naquela noite. A morte do militar Marco Chereze, que esteve envolvido na captura de uma das criaturas, aumentou ainda mais o mistério. A versão oficial da Polícia é que o que as meninas avistaram era, na verdade, um cidadão conhecido como “mudinho”, que era deficiente físico e estaria sujo por conta da chuva naquela noite. Até hoje o caso é rodeado de mistério.

Procurar aliens

A anos-luz de distância, é muito (muito mesmo) difícil procurar vida inteligente. Além dos tradicionais e super avançados telescópios, atualmente, uma das melhores maneiras de se procurar por aliens é com o uso de radiotelescópios, que são capazes de detectar ondas gravitacionais ou até mesmo aminoácidos que possam confirmar a existência de aliens.

A China inaugurou no ano passado o FAST, um radiotelescópio com 4.450 painéis e do tamanho de 30 campos de futebol. Mesmo assim, não espere resultados tão rápidos — os cientistas estudarão o radiotelescópio por alguns anos antes de disponibilizarem o equipamento para todos os pesquisadores.

O problema da busca por aliens é que, segundo Nathalie Cabrol, diretora do SETI, instituto de pesquisa que também procura por vida extraterrestre, não estamos procurando da maneira correta.

“Para achar os ETs, devemos abrir nossas mentes além de uma perspectiva da Terra, expandir nossos métodos de pesquisa e criar novas ferramentas”, disse em comunicado no começo de julho de 2016. “A vida inteligente pode ser abundante no universo, mas pode ser muito diferente de nós, baseado no que sabemos da evolução da vida e do ambiente”, conclui.

Ou seja, seria como se os aliens estivessem latindo para nós e tudo o que conseguimos captar são vozes. Como essa busca por vida lá fora é nova, devemos mudar a maneira de procurar.

Estamos mais perto de encontrar aliens?

Em 2016, alguns acontecimentos aqueceram a comunidade de astrônomos e cientistas. Um radiotelescópio russo captou um forte sinal de uma estrela chamada HD1645595, localizada a 95 anos-luz da Terra. Como o sinal foi captado apenas uma vez em 39 tentativas, o SETI acredita que tenha sido alguma interferência de um transmissor na Terra. “Mais provável que seja um micro-ondas”, diz Erick Mack, do CNET.

O caso mais misterioso, no entanto, envolve o telescópio Kepler, da NASA. Ele busca planetas analisando padrões de luz emitidos por astros. Em 2011, uma dessas pesquisas mostrou que uma estrela, nomeada de KIC 8462852, teve uma mudança drástica em seu padrão de luz: em 2011, a medição apontou 20% a menos do que em 2009. A consequência foi um grupo de entusiastas dizendo que uma megaestrutura alienígena pode estar bloqueando essa luz.

Para alguns, pode ser que uma nuvem de cometas esteja interferindo nessa emissão de luz mas, para outros cientistas, uma estrutura alienígena está coletando energia do astro, como se fossem painéis solares.

Apesar da explicação do SETI, em 2015, de que seria um fenômeno natural e não alienígenas, os astrônomos Ben Montet e Joshua Simon, da Calth e do Carnege Institute, respectivamente, mostraram novos dados envolvendo a estrela. Desta vez, o brilho diminuiu 3,5% em quatro anos de estudo. Por isso, os dois lançaram uma campanha no Kickstarter para arrecadar dinheiro para uma nova pesquisa. O projeto foi financiado e arrecadou mais de R$107 mil. Os resultados devem ser apresentados em 2017.

Aliens: vida primitiva x vida inteligente

As chances são de que, quando encontremos vida fora do planeta pela primeira vez, não seja algo tão empolgante quanto nos mostram as obras de ficção científica. Enquanto a vida inteligente depende de vários fatores para existir e para ser encontrada, a vida primitiva é mais fácil de se adaptar aos ambientes inóspitos que estão mais próximos de nós.

Para isso, seriam necessários seis elementos. É o que 95% da vida na Terra precisa para viver: carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre. Com á água como solvente para as reações acontecerem, a vida na Terra dependeu disso para florescer.

Tendo em vista o que se tem de conhecimento sobre o espaço e os elementos, existe a noção de que outros planetas precisariam desses mesmos materiais para terem vida. Portanto, a água líquida seria essencial para a presença de seres — sejam eles evoluídos ou não.

Em 2015, a NASA anunciou a evidência de água líquida em Marte, mas não na superfície — os sais no solo podem permitir a formação de uma salmoura.

Aliens: as teorias científicas

Grandes mentes concordam: é improvável que estejamos sozinhos no universo. A recente descoberta de 7 exoplanetas — astros semelhantes à Terra e que poderiam abrigar vida — levanta mais suspeitas e são quase uma confirmação de que, sim, há vida lá fora, mesmo que sejam bactérias. Há estimativas de que há pelo menos 40 bilhões de planetas similares à Terra em nossa galáxia.

Outra teoria que corrobora com a ideia de filmes como “A Chegada” e “Alien” (esse último esperamos que não, por favor!), é o princípio da mediocridade. Essa filosofia aponta de que não há nada especial em nós, humanos. Ou seja, somos medíocres e a Terra é um planeta como milhares de outros por aí.

Por que ainda não os encontramos?

Se são mais de 40 bilhões de planetas parecidos com a Terra e há grande chance de vida inteligente, por que eles realmente nunca pousaram por aqui? O físico italiano Enrico Fermi estudou o assunto na década de 50 e criou o paradoxo de Fermi.

Primeiro, o paradoxo diz que eles existem, mas que nós ainda não os encontramos. Entre as justificativas para explicar o motivo estão: os aliens já nos visitaram, mas o homem era primitivo para compreender que se tratava de extraterrestres — sabe aquela teoria de que foram os aliens os responsáveis pelas Pirâmides do Egito? Mais ou menos por aí. Outra possível explicação é que somos muitos primitivos e, como diz a diretora do SETI, não sabemos nos comunicar. Logo, ainda não procuramos o suficiente e da maneira correta.

Existe também a chance dos aliens saberem de nossa existência, nos observarem, mas não ligarem para a nossa presença. Há ainda uma teoria mais absurda e assustadora: que existe uma espécie evoluída capaz de controlar a evolução dos demais e as extingue quando chega a um determinado estágio. Ao que parece, ainda não chegou a nossa vez.

A outra opção é de que não, eles não existem. Esse argumento é baseado principalmente na teoria do Grande Filtro, que diz que um determinando momento da evolução todas as espécies morrem — e nós, seres humanos, já passamos por esse Grande Filtro, por algum motivo. Há também a opção de que ainda não passamos pelo Grande Filtro e que, em algum momento da história, seremos eliminados por eventos naturais ou espécies superiores. Vamos aguardar.

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